“Existem dores, tão profundas
Tão sem dimensão, que não há
Nem palavra poética que as exprima
O que soa nessas horas
É um grito desesperado
É o trovão rasgando o peito
O choro em soluços
Que contrai o estômago
Jogando rios pra fora
Até sentir-se o gosto salgado
Um choro que brota negro
…de fumaça
Embaraçando as vistas
Da proximidade distante
Da vida que é faísca
Piscar de olhos, suspiro cósmico
E a alma, onde foi parar?
Na esquina, no espaço?
No meio do desespero
As mãos são enérgicas
São solidárias
Afinal, elas poderiam assim ser
Sempre…
O pior fogo, é o que consome
Nosso amor
A pior fumaça é aquela
Que não nos deixa ver
Os que morrem todos os dias
Nas tragédias da miséria
Na miséria cotidiana
Que o coração seja de luto
Mas que as mãos sejam de luta”
Adriano Donin Neto
Nenhum comentário:
Postar um comentário