4 de fev. de 2013

Poema escrito por Adriano

“Existem dores, tão profundas

Tão sem dimensão, que não há

Nem palavra poética que as exprima

O que soa nessas horas

É um grito desesperado

É o trovão rasgando o peito

O choro em soluços

Que contrai o estômago

 
Jogando rios pra fora

Até sentir-se o gosto salgado

Um choro que brota negro

…de fumaça

Embaraçando as vistas

Da proximidade distante

Da vida que é faísca

Piscar de olhos, suspiro cósmico

E a alma, onde foi parar?

Na esquina, no espaço?

No meio do desespero

As mãos são enérgicas

São solidárias

Afinal, elas poderiam assim ser

Sempre…

O pior fogo, é o que consome

Nosso amor

A pior fumaça é aquela

Que não nos deixa ver

Os que morrem todos os dias

Nas tragédias da miséria

Na miséria cotidiana

Que o coração seja de luto

Mas que as mãos sejam de luta”



Adriano Donin Neto

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